Conforme o calendário gregoriano (usado na maioria dos países
atualmente), amanhã será o dia 25 do mês de Dezembro do ano 2011. Esse
calendário foi elaborado em Roma, na Idade Antiga, e leva em consideração o
nascimento da personalidade maior do cristianismo, Jesus Cristo.
Muito antes de o cristianismo ter importância relevante em qualquer
lugar do mundo, outras religiões já tinham sua própria forma de marcar o tempo,
dando ênfase às mudanças de estações, fases da lua, posição do sol, etc. Era
imprescindível que uma sociedade, fosse ela grande ou pequena, precisava ter
domínio sobre o meio-ambiente que habitava para que pudesse se desenvolver
seguramente durante várias gerações. Entretanto, não é possível que um ser
humano possa ter domínio sobre algo natural como a mudança das estações. Assim,
o máximo que ele podia fazer era conhecer o modus operandi, a forma de
funcionamento desses eventos, podendo prevê-lo e se preparar para eles com
antecedência. É quase impossível imaginar como uma sociedade antiga conseguiria
manter sua produção agrícola sem esse conhecimento.
Juntamente com essas sociedades antigas, que em sua imensa maioria se
encontravam na Eurásia, surgiram suas respectivas crenças, seitas e religiões,
que buscavam explicar o que até então era inexplicável, desde situações como a
morte e o nascimento, até fenômenos da natureza e... mudanças de estações.
Nesse paradigma, quando se aproximava a data anual atualmente conhecida como 25
de Dezembro, os antigos sabiam que ocorreria o solstício (momento em que os
raios solares incidem diretamente sobre um dos trópicos, devido à inclinação do
eixo da do planeta). O solstício marcava o início de uma nova estação
(verão/inverno) e, portanto, o reinício do ciclo. Baseando-se nisso, várias
culturas de vários lugares e épocas diferentes passaram a comemorar a chegada
dessa data, sendo que algumas delas passaram a alegar que determinadas
divindades haviam "nascido" nela. Eis alguns exemplos ¹:
- Mitologia celta — A Mãe Terra dá à luz a "criança Sol", que viria para anunciar um novo tempo
- Grécia antiga — comemoração do nascimento de Dionísio, deus do êxtase e do vinho
- Egito antigo — comemoração do nascimento de Horus (bastante parecido com Jesus, com direito a nascimento milagroso e resurreição)
- Índia antiga — comemoração do nascimento de Krishna
- Pérsia antiga — comemoração do nascimento de Mitras
Em Roma, era comemorado o festival chamado Sol Invictus, que tinha esse nome por ser o primeiro dia do ano em que o sol voltava a aparecer no céu durante mais tempo.
Sabendo disso, o cristianismo convenientemente
aproveitou esta data para converter mais pessoas e aumentar a quantidade de
seguidores, o que era importante para um credo que foi perseguido durante
séculos. Estabeleceu-se que a data do nascimento do messias era dia 25 de
Dezembro, e que o ano de seu nascimento era o zero. Assim, os pagãos foram
trazidos com mais facilidade para a crença cristã, devido às evidentes
semelhanças com suas crenças anteriores.
Não é preciso ser um historiador para saber que os calendários antigos
eram baseados mais em astrologia que em astronomia e que os conhecimentos
matemáticos, mesmo os mais avançados, podiam conter erros básicos. Dessa
maneira, é pouco provável que um garoto plebeu da Palestina tenha sua data de
nascimento marcada com tanta exatidão. Historicamente, o personagem
"Jesus" é muito controverso. Ainda que sejam desconsiderados os
argumentos acerca de sua existência concreta ou apenas mitológica, saber a data
em que ele naceu é um exercício de alta dificuldade. As teorias mais aceitas
atualmente afirmam que ele teria nascido de 4 a 8 anos antes do que se acredita
religiosamente ². Uma curiosidade sobre o fato é que,
mesmo o ano zero ser considerado o de seu nascimento, não se usa a data 25/12
para marcar o início do ano.
Todos esses fatos são de conhecimento facilmente adquirido, o que não
impede as civilações do ocidente que continuem alegando que o verdadeiro
significado do Natal é o nascimento de Jesus. Ainda que fosse exclusivamente
esse o significado, sera apenas simbólico. Para completar a situação temos um
outro personagem bastante famoso, o Papai Noel, que é uma mistura de várias
histórias diferentes.
AVISO: o texto que estava aqui foi retirado, encontrei um vídeo no youtube que tem muito mais informações (está em inglês, mas é fácil de entender)
AVISO: o texto que estava aqui foi retirado, encontrei um vídeo no youtube que tem muito mais informações (está em inglês, mas é fácil de entender)
A partir disso, o significado do natal foi ainda mais deturpado, ganhou
um aspecto majoritariamente comercial, em que presentear pessoas deixou de ser
um ato de caridade e se tornou um dever cultural, em que se deve enfeitar árvores,
jardins, garagens e paredes com luzes piscantes e... bonecos de neve
(!). Sobre o leite com biscoitos, é provável que tenha sido tazido de uma
tradição dos escandinavos, que acreditava que o inverno tinha a forma de um
homem velho e cruel, e deixavam alimentos em oferenda a ele, em suas próprias
casas, para agradá-lo e diminuir sua severidade.
Se alguém perguntasse minha opinião, eu diria que o Natal deveria ter o
nome mudado para "Dia da Bondade" ou coisa do tipo... faria muito
mais sentido eticamente. Não há muito o que se comemorar, de fato.
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